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segunda-feira, 30 de abril de 2012

Saudade

(Imagem-Google Imagens)

Saudade
da saudade que se vai
para o tempo do passado
que já ficou muito pra trás

Saudade
da saudade que se foi
lá pro lado do poente
onde um dia o sol se pôs

Saudade
da saudade dos sorrisos
que ecoam lá no túnel
de um lugar bem impreciso

Saudade
da saudade de um carinho
que faz reflexo lá no peito
e se hospeda num cantinho

Saudade
da saudade dos momentos
que como tapetes mágicos
voaram na mão do vento

Saudade
da saudade que virá
dos momentos do presente
que não posso eternizar

Maria Helena Mota Santos

22/10/2011










domingo, 29 de abril de 2012

Carência

(Imagem-Google Imagens)


Careço
do meu silêncio
Careço
da minha paz
Pra me mostrar
um espaço novo
Pra vida
que se refaz

Careço
do meu olhar
pra via
da solidão
Para entender
estas linhas
Da palma
da minha mão

Careço
de ter saudade
de tudo
que já se foi
Careço
de viver o agora
Sem deixar nada
pra depois

Maria Helena Mota Santos

sábado, 28 de abril de 2012

O que é a vida?

(Imagem-Google Imagens)

A vida é um hábito
De se enxergar
O que se vê todo dia
É embarcar
Em cada porto
Em busca de uma travessia

A vida é um baile de máscara
Que só se revela
No espelho noturno
É uma rua encantada
Onde um mágico invisível
Aponta o mundo

A vida é tudo isso
E tudo aquilo
Que se vê agora
É tudo que poderá vir
Com o pôr do sol
Ou com a aurora

A vida é o que foi
O que é
E o que poderá ser
É uma ciranda que volta
Vestida de esperança
A cada amanhecer

Maria Helena Mota Santos

09/01/2011

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Novo tempo

(Imagem-Google Imagens)


O novo tempo
cansou de esperar
e envelheceu

Enquanto esperava
colheu sabedoria
e renasceu

O sábio tempo
não mais esperava
o tempo mudar

Não tinha mais tempo
pra esperar
a vida passar

Apenas andava
Apenas sabia
plantar todo dia

Plantava esperança
Plantava amor
Plantava alegria

Maria Helena Mota Santos

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Tudo está normal

(Imagem-Google Imagens)


Tudo está normal
E nada igual
A ciranda vem
E a ciranda volta
Mas o que foi
Não mais é
E se for
Será de outra cor

Tudo está normal
E nada igual
A vida leva adiante
Abre horizontes
Ao olhar para trás
Já não há tudo o que ficou
A paisagem
É furta-cor

Maria Helena Mota Santos

22/09/2011

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Cada manhã

(Imagem-Google Imagens)


Em cada manhã
cortinas se abrem
independente
de palco
ou plateia
É a chance
de contracenar
com a vida
É a chance
de não ficar
no modo
de espera

Em cada manhã
sente-se o pulso
pausado
ou acelerado
do desfile das horas
É a chance
de contracenar
com o tempo
É a chance
de escrever
e reescrever
sua história

Maria Helena Mota Santos

terça-feira, 24 de abril de 2012

A dor do querer

(Imagem-Google Imagens)


A dor
ainda tem pele
que se levanta
na simples voz
de um querer
É um corte
invisível
que expõe ferida
como cúmplice
do sofrer

A dor
é como um passo
para o novo
que chegou
É ferida
que se abre
pra curar
um desamor

A dor
é necessária
pra ganhar
os matizados
É o ardor
de um desalento
É o portal
do aprendizado

Maria Helena Mota Santos



segunda-feira, 23 de abril de 2012

Retrato pintado

(Imagem-Google Imagens)


Talvez eu não seja
este retrato
que você pintou
carregado de tintas
das cores
da perfeição

Não sou isso tudo
não
Sou tinta suave
que às vezes
desbota
e precisa do retoque
do tempo

Sou tinta de brisa
que às vezes
passa
como um tufão
derrubando polimentos

Sou um retrato
sem moldura
livre
para os traços
e detalhes
dos momentos

Pinto-me de verde
de lilás
de cinza
de amarelo
e do que é
sincero

Talvez eu seja parte
de tudo
que penso
que sou

Talvez eu seja
uma parte
de tudo
que você pensou

Talvez seja um pássaro
ou quem sabe
uma flor

Não sou isso tudo
não
Mas tenho a essência
do amor

Maria Helena Mota Santos

domingo, 22 de abril de 2012

Acordei!

(Imagem-Google Imagens)


Acordei!
Uma sensação inédita me indicava inércia e solicitava apatia.
A cama me convidava a permanecer nela neste dia que acordou anêmico e sem sol.
Acionei a força motriz da minha vida, a determinação, e me levantei para brincar com a vida e colher a minha rosa diária.
A minha canção interna entoava uma música serena que me acalmava e me fazia cultivar a fé nessa nova faixa da trilha sonora da minha vida.
Com a opção de seguir em frente, uma energia salvadora se apoderou de todo meu ser e alimentou as minhas asas e os meus ruídos com o combustível do otimismo.
Agora, ainda na primeira parte do dia, sinto-me exuberante diante da passarela que se apresenta para o desfile.
Não escutei só aplausos!
Mas os aplausos ininterruptos enganam a consciência do que se é e anestesia o que se pode ser.
Não recebi só flores!
Mas receber sempre flores sem espinhos nos dá a falsa impressão de que a vida é um mar de rosas.
As flores nos chegam como recompensas por enfrentar espinhos.
A flor sem o espinho não traz a completude!
Vejo na minha passarela diária algumas passagens cheias de novos obstáculos com as medalhas de novas aprendizagens.
Vejo no meu olhar interno uma vontade de seguir adiante desbravando novos caminhos e criando novas passagens.
Estou cada dia mais viva, mais intensa e mais feliz com a passarela que se abre a cada dia.

Maria Helena Mota Santos

19/08/2010

sábado, 21 de abril de 2012

Aquarela

(Imagem-Google Imagens)


Caem-me cores
de colores
na minha tela
de plantão
Caem-me tintas
aquarelas
no caminho
da solidão

Caem-me papéis
bem decorados
com enredos
desfocados
Caem-me ideias
desconexas
à espera
dos meus cuidados

Caem-me sentimentos
tão variados
para encenar
no meu tablado
Caem-me silêncios
tão conturbados
como pausas
nos intervalos

Caem-me vidas
desprovidas
de um nexo
programado
Caem-me suportes
que dão norte
pra continuar
minha viagem

Maria Helena Mota Santos

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Preciosidade da vida

(Imagem-Google Imagens)



Não havia muito o que levar

do que armazenara na vida

só levava a plena certeza

de que a incerteza

era a pauta de cada dia


Aprendera com a vida

que na virada da esquina

podia se ultrapassar fronteiras

e em questão de segundos

mudar uma vida inteira


Não havia muito o que levar

do que se vangloriara na vida

só levava a esperança

que a desesperança se desfaria

na valsa de cada dia


Aprendera com a vida

a sua maior lição

que o bem mais precioso

é a presença do amigo

que se adota como irmão


Maria Helena Mota Santos

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Lugar


(Imagem-Google Imagens)


Cansei de sair
Cansei de ficar
Preciso encontrar
Um novo lugar

Lugar em que possa
Andar sem ter medo
E que plantar sonhos
Seja um direito

Lugar em que as rosas
Sejam o meu ninho
E a pauta do dia
Seja muito carinho

Lugar em que amigo
Seja como um irmão
Que não desalente
Nenhum coração

Lugar que me acolha
Com meu universo
Lugar bem quentinho
Que caiba num verso


Maria Helena Mota Santos



Maria Helena Mota Santos

05/08/2011

quarta-feira, 18 de abril de 2012

A criança e eu




(Imagem-Google Imagens)

Uma criança
Me chamou
Pra cirandar
Puxou minha mão
E me emprestou
O seu olhar

Disse-me:-Vem!
Eu vou mostrar
O que é a vida
Sente ao meu lado
Respire fundo
Não se aflija

Solte o corpo
Libere a mente
E se permita
Solte os grilhões
Não se acorrente
Isso é a vida

Só quem é livre
Pra cirandar
Com os momentos
Já descobriu
Como se cura
Um sofrimento

Venha comigo
Olhe pro sol
Veja as nuvens
Elas cirandam
Com a cor do céu
Não se confundem

Olhe pro mar
Sinta a areia
Pule as ondas
Tenha coragem
De se soltar
Não se esconda

Agora sorria
Dê uma gargalhada
Invente uma dança
E mergulhe fundo
Na sua alma
De criança

Faça piruetas
Sinta a brisa
Vamos correr
E nesse embalo
Vai descobrir
O que é viver

Maria Helena Mota Santos

terça-feira, 17 de abril de 2012

Quantas vezes...


(Imagem-Google Imagens)

Quantas vezes fico entre o sonho e a realidade buscando vislumbrar uma outra dimensão!
Quantas vezes me pergunto se a realidade é o que está diante dos meus olhos ou se é o que eu não consigo enxergar!
Quantas vezes fico agarrando sonhos e vou voando com eles para não colocar os pés descalços no chão gelado!
Quantas vezes olho para o céu e vejo as estrelas invisíveis através das nuvens carregadas de escuridão!
Quantas vezes olho sem ver e ouço sem escutar porque fui raptada para um lugar ali adiante que me puxa para o que era antes!
Quantas vezes sou como uma adolescente irreverente mudando o que está pronto para ter o prazer de descobrir o caminho das possibilidades!
Quantas vezes pego borboleta pelo prazer de soltá-la para contemplar o seu voo!
Quantas vezes choro sorrindo e sorrio chorando!
Quantas vezes me pego cantando uma canção que traduz meu pranto!
Quantas vezes acordo a alegria e adormeço a tristeza para aproveitar a chance da vida!
Quantas vezes sou coadjuvante no meu palco e plateia de mim mesma!
Quantas vezes sou tantas outras que não cabem em mim!
Quantas vezes sou inverno no verão e primavera no outono !
Quantas vezes me olho e me espanto com o tamanho da emoção que me faz pulsar amor...amor...amor...

Maria Helena Mota Santos

05/01/2011

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Rastro


(Imagem-Google Imagens)

Com o olhar no horizonte
O meu rastro vou deixando
Numa dança leve e solta
Meus passos vou ensaiando

Vou desenhando meu rastro
Com traços firmes e leves
Não importa se o caminho
É cheio de areia ou de neve

Se vou pintar o meu rastro
Uso as cores da alegria
Mesmo que tenha que usar
A tarja preta de algum dia

Vou criando um novo rastro
E um novo passo se inicia
Dançando em outro compasso
Eu enfrento as travessias

Com força e determinação
Sigo em minha companhia
Ao encontrar os meus pares
Sinto uma grande euforia

Sigo a seta da esperança
Sigo a seta da alegria
Sigo a seta da amizade
E o amor é o meu guia


Maria Helena Mota Santos

domingo, 15 de abril de 2012

Minhas cores


(Imagem-Google Imagens)

Se eu não sei
as minhas cores
As cores do mundo
se confundem
com os matizes
do meu eu

Sou da cor
que me pintaram
quando pra aqui
me embarcaram
pra cumprir
uma missão

Sou da cor
da esperança
da alegria
e da constância
Sou da cor
do coração

Se eu não sei
as minhas cores
As cores do outro
se confundem
com os matizes
do meu eu

Sou da cor
que me pintaram
Pra combinar
com o cenário
da possível
atuação

Sou da cor
que pulsa em mim
Cor alegre
Cor vibrante
Sou da cor
do meu jardim


Maria Helena Mota Santos

sábado, 14 de abril de 2012

Em companhia de si mesmo


(Imagem-Google Imagens)

Já não há mais vazio no lugar desocupado
Uma presença invisível faz companhia à solidão

Já não há mais solidão na companhia de si mesmo
A agradável intimidade abre um monólogo eficaz

Já não há mais busca incessante e intempestiva
A pausa entra no palco se vestindo de estratégia

Já não há mais dor que esperneia dentro d’alma
A tristeza se acalma com o desfecho da história

Já não há mais pressa de chegar lá no futuro
O presente é o bastante pra recriar cada momento

Já não há mais medo de perder uma batalha
A vitória é muito mais do que ganhar uma partida

Já não há mais medo de enfrentar a dor da morte
Pois morrer é escutar o pulso e não sentir mais emoção

Já não há mais medo de perder a liberdade
Pois ser livre é ter asa pra buscar o infinito

Já não há mais medo de viver intensamente
Pois a vida é um espetáculo sem roteiro e sem “script”

Maria Helena Mota Santos

29/04/2010

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Antagonismos


(Imagem-Google Imagens)

Foi quando percebi o todo que descobri a minha exclusividade.
Foi quando estava no meio da multidão que percebi a minha solidão.
Foi quando pensei que estava em terra firme que o chão tremeu.
Foi quando acreditei que estava no fim que tudo começou.
Foi quando me abri em sorrisos que as lágrimas jorraram.
Foi quando mais confiei que conheci a decepção.
Foi quando só tinha amor no peito que a dor apareceu.
Foi quando abri os braços para o mundo que precisei ser acolhida.
Foi quando estava no deserto que apareceram os amigos.
Foi quando estava em pedaços que começou a construção.
Foi quando quase morri que olhei de frente pra vida.
Foi quando tinha motivos para odiar que encontrei razões para amar.

Maria Helena Mota Santos

25/04/2010

quinta-feira, 12 de abril de 2012

O voo do papel


(Imagem-Google Imagens)

No chão, em frente a um prédio, uma pichação: TE AMO.
Num salão de festa, no mesmo prédio, as cadeiras esperam, "pacientes", pelos convidados.
No céu nuvens bordadas insinuam esboços humanos se amando.
Dois pássaros passam brincando de esconde-esconde como meninos arteiros.
Um adolescente passa cabisbaixo, provavelmente, pensando o que fazer sábado à noite.
Uma jovem senhora passa puxando pelo braço seu filho “doentinho”.
Vários carros passam em fila, na avenida, como se tivessem marcado a hora do encontro.
Pessoas passam arrastando as sandálias com a falta de pressa do sábado.
A tarde fica sonolenta e o divagar ,do poeta, é inevitável e sem pressa.
O poeta fica na letargia do tempo, da rua, da avenida e da cidade.
Assume o embalo calmo das pessoas que passam na rua.
Assume o palpitar macio do pulso da rua que ecoa no coração da cidade.
O poeta quer olhar pra rua e não quer olhar na sua própria avenida.
Assume a dinâmica do movimento que não para, embora pareça lento.
Resolve emprestar o seu olhar pra vida cirandar como quiser e quando quiser.
Subitamente, um papel sai do chão e voa e volta e, depois, cai para voar de novo.
O papel desperta um fascínio no poeta que resolve acompanhar sua trajetória.
O papel traz de volta um brilho “travesso” no seu olhar e desperta a criança adormecida.
O poeta resolve sair de si e divagar nos braços da sua alma pueril.
Deixa-se guiar pelas asas do papel que sobe ou desce conforme a direção do vento.
Assume a condição de papel, que o vento leva, e põe sua alma nessa vida itinerante e imprevisível.
Não sabe quando vai parar e o quanto vai aprender, nessas passagens, nos braços do vento.
Vai se deixando levar , sem controle, esquecendo o que acontece na periferia.
Vai sentindo a leveza de ser papel e voar, cair, voar, cair...voar!

Maria Helena Mota Santos


quarta-feira, 11 de abril de 2012

Não há solidão


(Imagem-Google Imagens)

Não há solidão
Enquanto existir amigo
Que seja abraço
Que seja abrigo
Em qualquer hora
Quando for preciso

Não há solidão
Enquanto existir amigo
Que seja sorriso
Que seja esperança
E que seja um ombro
Em qualquer circunstância

Não há solidão
Enquanto existir amigo
Que seja escuta
Que seja palavra
E seja uma bússola
Na íngreme estrada

Não há solidão
Enquanto existir amigo
Que retire dos pés
Os grandes espinhos
E enfeite de flores
O nosso caminho

Maria Helena Mota Santos

terça-feira, 10 de abril de 2012

Recomeço


(Imagem-Google Imagens)

Só agora
Pude ver
A beleza do caminho
Que desenha o meu rastro

Só agora
Pude entender
Que é preciso ir adiante
Pra salvar o que se foi

O que se foi
Faz-se presente
Na via paralela
Em companhia da saudade

O que se foi
Revestiu-se de lembrança
Que aquece o caminho
E antecede o recomeço

O que virá
Trará um início de etapa
Sem o vício da rotina
Que relativiza sentimentos

O que virá
Trará a magia da mudança
Que acende emoções
No pulsar do coração


Maria Helena Mota Santos

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Amor infinito


(Imagem-Google Imagens)

O infinito
não é estanque
Por isso o amor
é infinito
E voa
pelos corações
em voo rasante
em voo alto
em voo sem direção
em voo sem razão
Aterrissa
no coração dos amantes
e faz a regra
virar exceção
Aterrissa no coração dos pais
e faz o incondicional
ser condição
Aterrissa na solidão
e faz ser só
não ter razão
Ah
O amor
que me deu vida
e me arrebatou
Ah
O amor
que dormiu semente
e amanheceu flor
Ah
O amor
Que dure
e perdure
no infinito
E que seja sempre
o eco
do meu grito

Maria Helena Mota Santos

A ilha dos sentimentos


(Imagem-Google Imagens)

Sentir-se só na imensidão de um universo.
Sentir-se repleto de companhias e sem nenhum movimento em volta.
Sentir-se com passos letárgicos que não vão a lugar algum.
Sentir-se andando em círculo com uma ilusão de linha reta.
Sentir-se sozinho de si e dos outros.
Sentir-se como uma ilha cercada de lágrimas por todos os lados.
Sentir-se como uma dor infinita que cabe em um minuto.
Sentir-se como um tempo que não volta.
Sentir-se como uma embarcação que segue independente da dor e da vontade.
Sentir-se fortemente frágil.
Sentir-se como o pulsar da vida nas veias do sentimento.
Sentir-se assim, paradoxalmente, pleno de dor e sorrindo para o espelho da vida.

Maria Helena Mota Santos

05/04/2010

domingo, 8 de abril de 2012

Renovação


(Imagem-Google Imagens)

Antecipei-me
ao nascer do sol
Para aquecer
gotas de orvalho
Acumuladas
na madrugada fria

E no novo domingo
o sol apareceu
De tanto esperar
quase perco a hora
De vê-lo nascer
do ventre da aurora

Vesti roupa nova
para um novo dia
A roupa antiga
já não me servia
Foquei o horizonte
cheia de energia

Renovei o ontem
e encontrei o agora
Salvei os meus sonhos
e deletei as dores
Que já não me servem
e causam dissabores

E assim vestida
de renovação
Atravessei o rio
e busquei outra via
Para pintar de cores
o meu novo dia

Maria Helena Mota Santos

sábado, 7 de abril de 2012

Palavra


(Imagem-Google Imagens)

Era apenas uma palavra
Que adormeceu verso
E acordou poesia
Fez-se estrofe
E espalhou alegria
Palavra embalada
Palavra adormecida
Palavra sonhada
Palavra sentida
Palavra poética
Palavra feliz
Palavra serena
Palavra mágica
Palavra afável
Palavra amiga

Era apenas uma palavra
Que sugou o néctar
De uma flor
E se tornou um jardim
Enfeitou as estradas
Desencadeou emoções
Falava do sim
Falava do não
Falava do céu
Falava do mar
Falava da tristeza
Falava da alegria
Falava de bonança
Falava de paz
Falava de paixão
Falava de amor

E era apenas
Uma palavra

Maria Helena Mota Santos

22/11/2010

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Oração do amanhecer


(Imagem-Google Imagens)

Senhor
Neste dia que amanhece
Entrego o controle da minha vida
A chave das minhas decisões
A lamparina que clareia a escuridão
A caneta que escreve minha história
As sandálias que alicerçam os meus passos
As emoções que acionam meus sentimentos
Senhor
Que eu possa andar pelos caminhos do perdão
Que nenhum sentimento me insinue escuridão
Que eu transite no portal da compreensão
E que eu seja um ombro amigo e irmão
Senhor
Que o passado me traga sabedoria
Que eu viva o presente deste dia
Que cada palavra seja uma nota de alegria
Pra transformar meu futuro em sinfonia
Senhor
Que meu ouvido seja surdo para a maldade
Que minha mão seja instrumento da caridade
Que eu não seja cego pra perceber a dor
Que eu olhe a vida com as lentes do amor
Amém

Maria Helena Mota Santos

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Despedida


(Imagem-Google Imagens)


O coração acordou cheio de sentimento.
Não é dor nem é prazer
mas conforta!
É como se uma força invisível
virasse minha cúmplice
e colocasse uma película
que imunizasse a dor.
É como se um anjo pegasse na minha mão
e dissesse: vamos!
E ao abrir os olhos
cheia de uma energia especial
congelei esse sentir para não perdê-lo.
E agora estou dançando com as letras
tentando reproduzir os passos da dança
que esse sentimento me despertou.
É um momento que é uma nota de partida
Como se alguém dissesse: vá!
Já chega!
Está bom!
Despeça-se!
O outro portal é logo ali
Você não precisa carregar essa bagagem
Tire as roupas velhas
Tire as roupas apertadas
mesmo se doer
Faça uma faxina
Deixe só o que é salutar
Deixe os empecilhos no caminho
A hora é de seguir seus passos
A hora é de se despedir das sombras
Dê a mão ao seu Anjo da guarda
e em companhia de si mesma
e dos seus pares
Vá!

Fui!

Maria Helena Mota Santos

11/07/2010

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Um olhar


(Imagem-Google Imagens)


Um olhar
espelho de muitas faces
que mostra o que se quer ver

Um olhar
óculos da natureza
com graus de valores infinitos

Um olhar
uma emissão de raios
que atinge quem está em volta

Um olhar
uma centelha de luz
ou um raio na escuridão

Um olhar
válvula de escape da alma
um espião do universo

Um olhar
ciranda de sentimentos
onde a alma faz seu pouso.

Maria Helena Mota Santos

09/07/2010

terça-feira, 3 de abril de 2012

O silêncio de um grito


(Imagem-Google Imagens)

O silêncio de um grito
abafado
Faz um eco e acorda
a solidão
Faz redemoinho nas emoções
tão reprimidas
E se transforma
em caminho para a saída
É um silêncio que fala mais
do que as palavras
Faz do olhar a vitrine
do seu verbo
Faz do corpo o movimento
da sua cena
E se encharca de uma energia
quase plena
É o silêncio que antecede
uma atitude
E se reúne com o momento
do presente
E faz mímica para a vida
que está em volta
E é a chave que para o novo
abre a porta

Maria Helena Mota Santos

30/11/2011

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Linha do tempo


(Imagem-Google Imagens)

Não teço
cada dia
com linhas quebradas
pelo tempo
Em cada amanhecer
pego outra linha
e bordo
novo momento

Às vezes
de cores pálidas
Às vezes
de cores firmes
Eu valorizo
cada cor
A cor alegre
e a cor triste

Às vezes
teço pelo avesso
com as mãos trêmulas
de frio
Às vezes
tenho pouca linha
mas encaro
o desafio

Às vezes
penso que teço
um caminho
que escolhi
Mas percebo
que havia esboço
do bordado
que teci

Às vezes
fico perplexa
meus bordados
não reconheço
Mas não deixo
um só dia
Sem tentar
um recomeço

Teço
desde que acordo
e só paro
quando adormeço
Mas em sonho
sou intuída
e pra novo dia
eu amanheço

Maria Helena Mota Santos

domingo, 1 de abril de 2012

Verdades


(Imagem-Google Imagens)

Verdades sobre mim
são inverdades
que cabem no olhar
de quem me vê
nem sempre o sorriso
é alegria
e o silêncio muitas vezes
é prazer

Quando me vejo
sem a película da ilusão
e enfrento minha mutável
condição
Meus pontos cegos
roubam a cena e me ofuscam
Sempre me vejo
com alguma restrição

Mas se a verdade fosse
tão absoluta
e já nascesse conhecendo
o meu eu
Que graça tinha o viver
sem aprendizado
Se o bom da vida
é ser um eu inacabado!

Maria Helena Mota Santos

09/08/2011